sábado, 11 de abril de 2009

quarta-feira, 4 de março de 2009

Japoneses garante compra da safra potiguar de oleaginosas

A assinatura do termo de parceria aconteceu ontem pela manhã na sede da Secretaria de Planejamento: decolando.

Os trâmites que definirão a transformação da planta experimental de biodiesel de Guamaré em planta industrial, com produção de larga escala, só devem ser finalizados em 2010, mas o acordo assinado ontem entre o governo do estado e a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica), para impulsionar a produção de oleaginosas no estado, principalmente girassol, promete dar novo fôlego ao projeto da Petrobras Biocombustíveis no Rio Grande do Norte. O secretário estadual de Energia e Assuntos Internacionais, Jean-Paul Prates, que esteve presente durante a assinatura do contrato com os japoneses, garantiu que o Termo de Compromisso que garante a compra da safra potiguar durante cinco anos, a instalação de centros de coleta próximos à plantação, a assistência técnica junto a Emater RN e a construção da planta industrial será assinado no início do próximo mês com o presidente da Petrobras Bio, Alan Kardec Pinto.

‘‘Em paralelo à redação do Termo de Compromisso que estamos fazendo aqui, a Petrobras está trabalhando no estudo técnico para transformação das duas plantas experimentais em uma industrial ou no aproveitamento das duas para a produção em larga escala. A conclusão do estudo não deve demorar, mas se não sair em 2009, com certeza sai em 2010’’, garantiu. A produção de oleaginosas oriunda da parceria do governo do estado com o governo japonês, por meio de um investimento de 3,1 milhões de dólares (mais de R$ 7 milhões), também está incluída no Termo de Compromisso para ser comprada pela Petrobras.

O início das operações da usina de Guamaré formaria o que Jean-Paul Prates chama de ‘‘quadrilátero estratégico’’ de produção de biodiesel: junto às outras três usinas já em operação, em Candeias (Bahia), Montes Claros (Minas Gerais) e Quixadá (Ceará), a planta industrial de Guamaré completaria o quadro. Ainda não se sabe, no entanto, com qual capacidade a nova usina irá operar, índice que será definido com a conclusão do estudo técnico. ‘‘A escala industrial ainda será analisada, mas será uma escala razoável que absorva uma boa parte do produto do estado, para que a gente não tenha que mandar tudo para fora’’, complementa.

JAPONESES

Ontem pela manhã o coordenador de cooperação técnica do Japão no Brasil e representante da Jica, Katsuhiko Haga, assinou o contrato que promete um incentivo de 3,1 milhões de dólares para a produção de oleaginosas no Rio Grande do Norte. A parceria com o governo japonês vai permitir a estruturação da cadeia produtiva de oleaginosas para produção de biocombustível e servir como alternativa de renda para os agricultores familiares que vivem na região Oeste do estado. ‘‘A cooperação vai tratar da cultura do girassol, que serve não só como oleaginosa, mas como alimento também’’, destacou Haga.

O RN já é líder nacional em produção de girassol, com cinco mil hectares plantados e um potencial total de 50 mil hectares. O acordo proporcionará a divisão do estado em seis grandes pólos produtivos, nas áreas do Agreste, Mato Grande, Vale do Açu, Vale do Apodi, Alto Oeste e na região de Mossoró. O período de implementação do projeto, que faz parte do Programa Estadual de Agroenergia (Proage), será de quatro anos, de 2009 a 2013, e tem a meta de produzir 60 mil toneladas de grãos entre 2009 e 2010.

‘‘O governo do Rio Grande do Norte fez todo o possível para que essa parceria desse certo. Através do nosso programa de agroenergia já conseguimos avançar muito e com essa parceria vamos contemplar a inclusão dos agricultores do médio e alto Oeste. Desejamos ter uma planta de biodiesel de larga escala e para isso estamos preparando os nossos agricultores’’, pontuou a governadora Wilma de Faria.

Segundo o secretário estadual de Agricultura, Francisco das Chagas Azevedo, que também esteve presente na assinatura do contrato, a parceria entre o Rio Grande do Norte e a Jica vai permitir a implantação de quatro unidades de beneficiamento de sementes de oleaginosas. Elas serão instaladas nos municípios de Lucrécia, Alexandria, Pau dos Ferros e Apodi. ‘‘Vamos oferecer assistência técnica através da Emater e toda a tecnologia da Emparn para auxiliar os agricultores durante todo o processo produtivo, organizando o fluxo desde o cultivo de oleaginosas até o esmagamento para extração de óleo e a sua comercialização’’, destaca.

Para Jean-Paul Prates, o convênio com os japoneses é uma ótima oportunidade de mostrar ao mundo que é possível aumentar a renda de pequenos agricultores familiares. ‘‘Este é o início do grande desafio de provar, bilateralmente, que a agricultura familiar é viável’’, acrescentou